Filme Passageiros leva à piéguice ao extremo, mas é bom!



Antes de começar nossa review, peço para que cada um que esteja lendo imaginem-se dentro de uma nave espacial, sozinho, em uma viagem em que vai durar mais tempo que sua vida, sendo que nesta nave você não é a única pessoa, ou pelo menos você não é a única pessoa dormindo, está acordado e assim vai permanecer, pois, a nave que está te levando, simplesmente sofreu uma pane e a única pessoa entre as mais de 5 mil que ali estão somente você acordou. Detalhe, você sabe como acordar mais pessoas… O que faria?

Passageiros é dirigido pelo brilhante norueguês Morten Tyldum, que recebeu uma indicação ao Oscar® pelo filme O Jogo da Imitação e estrelado Jennifer Lawrence e Chris Pratt. O filme é divertidamente assustador e um tanto desconexo, mas não se preocupem, nem você nem os roteiristas vão parecer se importar muito com isso, afinal, estamos falando de um filme bom, e só!

Em um futuro não mencionado, mais de 5 mil pessoas deixam o planeta terra, que já se encontra superpopulada e demasiadamente cara de se viver, elas embarcam em uma espécie de ônibus espacial chamada de Avalon em uma viagem que levará 120 anos até seu destino, o planeta/colônia Homestead II, e enfim, dar a humanidade um novo começo em um novo mundo novo. Precisamente faltando 90 anos para o fim da longa viagem a nave começa a apresentar uma série de defeitos, ocasionando uma falha nas cápsulas de hibernação dos passageiros Jim Preston (Pratt) e Aurora Lane (Lawrence), levando-os a acordar muito antes do que qualquer pessoa na nave. Logo vem a percepção angustiante e desesperadora de não conseguirem mais retornar ao sono e que consequentemente irão passar o resto de suas vidas sozinhos dentro da nave. Os dois parecem aceitar a sua nova situação convivendo em uma espécie de harmonia com a nova realidade e principalmente com Arthur (Michael Sheen), o robô barman da nave.

Michael Sheen como o Barman Arthur
Mesmo convivendo com essa nova realidade e já bastante acostumados, Jim e Aurora percebem que Avalon continua sofrendo uma série de outros problemas e assim podendo comprometer de vez a chegada dos tripulantes ao seu destino. Eles agora têm que primeiramente encontrar a fonte dessa pane e solucioná-la antes que a colonização de Homestad II seja inteiramente comprometida.

O filme demora muito a se desenvolver, tem uma ação arrastada, chegando em certos momentos a simplesmente quase parar. Passageiros tira uma casquinha dos filmes bem sucedidos que utilizam a mesma temática de sobrevivência espacial, como Gravidade e Perdido em Marte, mas como mencionei, só consegue tirar uma casquinha (bem pequena). A ideia é boa, o que deixa o filme com um roteiro original, ou pelo menos em parte, mas da mesma maneira que o roteiro tem seus méritos ele apresenta as piores falhas e é ai que o longa se complica. Ele tem um primeiro ato muito bom que cai em uma linha reta e sem aclives até o momento do créditos subirem. Passageiros não tem muito espaço para a construção de sua narrativa, o que resulta em uma quebra de ritmo praticamente a cada momento. 

A química entre os protagonistas funciona e ela é um plus nesta maluca aventura, se você for com sua namorada sem dúvidas será um filme divertido. Existem momentos memoráveis na trama, e pode acreditar, eles só aparecem quando a dupla de protagonistas estão em um segundo plano. O filme não é de todo ruim, e sem dúvidas há muito para se apreciar em Passageiros, Tyldum pareceu se esforçar para entregar uma boa e moderna história de ficção científica para o público. O filme levanta questionamentos bastante relevantes, muitos deles levando ao expectador se perguntar se faria conforme ele acabou de ver.

Passageiros é uma história de sci-fi branda e insatisfatória para os exigentes, ela não consegue se conectar com a realidade da situação, deixando desconfortável em ver a qualidade cair a cada troca de cena, podendo ser resumido em um grande conjunto de decepções. Havia tanta coisa para ser mostrada, porque ele é um projeto bonito e criativo. Mas, vale sim a pena ver, pois ele possui grandes cenas e um conceito muito interessante, mas vá de coração aberto.

Ps: Quem sacou a referência com o nome da Bela Adormecida, a princesa da Disney chamada Aurora?

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