Review. Mad Max: Estrada da Fúria!

É, ás vezes dá certo. Aquela história de Hollywood de “continuação que não é continuação”, “recomeço” ou aquilo de “o que importa é uma boa história...”, (odeio quando dizem isso em entrevistas, sério mesmo) .

E cara, como não pirar com esse filme?.
O diretor tinha uma tarefa hercúlea pela frente; o projeto estava parado a anos (o próprio Mel Gibson esteve no projeto por um tempo), a franquia teria de ser “apresentada” a toda uma geração (o último filme da franquia é de 1985), o filme não poderia cair no lugar-comum de ser apenas “mais do mesmo” (cumprir agenda, como fizeram no último filme de Conan) fazer um filme genérico.

Amigos: Mad Max influenciou toda uma geração de cineastas, filmes como “o Livro de Eli”, “Riddick” “Crepúsculo de Aço” beberam forte da mesma fonte de Mad Max e tomaram carona num mote (quase) sempre bem sucedido.



O diretor é o mesmo da trilogia original, George Miller, o último longa em live action deste homem data de pelo menos 15 anos atrás! (17, aquele do porquinho Babe), e o diretor dá uma aula de “como ser blockbuster”, agradar, ser visualmente impressionante e inovador e porque não dizer; também traz uma mensagem.

Aquele mundo devastado dos filmes anteriores (caso não tenha visto, não tem problema nenhum.) é mais explorado aqui (o que há entre uma cidade e outra? É seguro o clima lá fora?), é quase um “universo” á parte com toda geografia e história próprias (ex: povo da cidadela, selvagens das montanhas, Vila Gasolina, Fazenda da Bala, Deserto de Sal)
São nomes que alguns até passam meio despercebidos no longa mas (acredito) serão visitados em possíveis sequências.

Eu poderia enumerar muitas homenagens/similaridades com os filmes anteriores e vou, vou citar algumas; o que denota o respeito do diretor pra quem é fã dos filmes anteriores.
Vamos lá; a jaqueta de Max, o personagem Gótico/trágico de Nicholas Hoult, a caixinha de música, a sala do trono de Immortan Joe é a “Cúpula do Trovão” (olhe bem a cobertura), anões, o gordo careca em posição de comando (que nem o capanga no filme da Tina Turner).

E a história? Aí que está, os caras não falam, agem, não vou dar spoiler mas é um grupo de resistência que quer dar um golpe no tirano do local.
O filme tem uns exageros propositais quase beirando a metalinguagem, seja no formato de alguns de seus veículos ou seja nos gestuais em cena.


O próprio termo “Fúria” do título do filme evoca toda a fúria do diretor, seja ao usar efeitos práticos (esqueça o CG amigo, ainda existem cineastas de verdade) , como colisões reais de veículos e também sem esquecer nem por um momento a qualidade técnica (pelo menos um Oscar por fotografia e edição de som o filme merece).


Um adendo: tem uma cena com homens pendurados tentando abordar um caminhão que como alguns disseram, lembra uma “dança” e desde já é uma forte candidata a uma das melhores cenas do ano, é bem maluca mesmo meio “esporte radical” com “Cirque Du Soleil”.


Você consegue entender o “quebra quebra” (sim. Existem diretores que NÃO sabem filmar cenas de perseguição de veículos, assistam “Busca Implacável III” e o último “Duro de matar” e testemunhem ), não há câmeras tremidas, toda cena de luta é verossímil e impactante (pauladas, flechadas, próteses, coronhadas... vale tudo.) e até mesmo o parkour (tão utilizado em filmes) só foi usado em uma única cena.

O diretor inova com alguns ângulos de câmera, acerta por utilizar cores quentes em seu filme, o que casa com uma paisagem crivelmente desgastada.
Mesmo sendo um recomeço, o filme consegue dar um passo adiante em relação aos filmes anteriores, pois além de tudo estar  maior (200 milhões o orçamento do filme) aqui têm se questões políticas, religiosas, fascistas...  enfim, nada mais do que uma metáfora do que já se vê em alguns lugares do mundo (racionamento de água, comida...), lembram da “mensagem” que eu falei? Então.

Mesmo que você diga/pergunte: “E aí é massavéio??!!” Claro que sim, mas aí que está. O filme não é só isso.

E eu que pensei que “Velozes 7” fosse um filme bom! (ele é, mas Mad Max dá uma aula).
Acredito que o punk tocando guitarra que solta CHAMAS (sim. Isso é muito genial muito foda) em cima de um carro com uma muralha de caixas de som seja um “tapa com luvas de pelica” em filmes da década passada que só apostavam no visual e em carros tunados com caixas de som potentes rodeados de mulheres gostosas.

Até mesmo a figura feminina no filme rompe padrões, a mulher forte de Charlize Theron também tem um coração, as noivas de Immortan Joe além de lindas, você se importa com elas, temos mulheres de todas as idades no filme!
Mesmo a cena onde tem uma cena com uma mulher nua, a cena em si não é apelativa e funciona na história.

Cadê Tom Hardy? (guarde esse nome), aqui ele mais age do que fala (não ouso comparar com Mel Gibson) e sim, ele é mesmo “maluco” (Mad).
Entendendo que o diretor é australiano e fã de Westerns você entende (e tolera) porque Hardy fala tão pouco.

Ps: o ator que faz o vilão é o mesmo do filme original!

Nota: 9,5. “Eu vivo eu morro, eu vivo de novo!”



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